/ Composição, ingredientes, INCI name

Como ler a composição do rótulo dos cosméticos?

O nome "INCI"

Para que a nomenclatura dos ingredientes cosméticos seja harmonizada mundialmente, o rótulo de um produto cosmético lista a composição com cada ingrediente numa nomenclatura especial, o nome “INCI” ou “INCI name”. A maioria das agências regulatórias do mundo adota essa nomenclatura.

O INCI é a abreviatura de International Nomenclature of Cosmetic Ingredient, ou seja, é a “Nomenclatura internacional do ingrediente cosmético”. Dessa forma, o consumidor de qualquer parte do globo que sabe que tem alergia a um determinado componente, pode descobrir se aquele produto contém a substância. Ou ainda, aquele consumidor que não quer usar um shampoo com sulfato, vai saber se o fabricante utiliza “sodium laureth sulfate” ou “ sodium lauryl sulfate”. Com a disseminação da informação através do acesso online, blogueiras e redes sociais, cada vez mais o consumidor conhece os ingredientes e seus nomes químicos.

Muitos se perguntam: não seria mais fácil colocar o nome em português? O INCI não é uma simples tradução para o inglês. Ele é a identidade do ingrediente. Mesmo se fosse um nome em português, continuaria sendo um nome químico. Por exemplo: o silicone volátil com nome INCI “Cyclopentasiloxane” seria traduzido para “Ciclopentasiloxano”. Além disso, para cada denominação química pode existir inúmeros nomes comerciais.

A ordem dos ingredientes

Geralmente os ingredientes estão descritos em ordem decrescente, isto é, da maior até a menor concentração.
No exemplo abaixo, a água (AQUA ou WATER) é o componente em maior quantidade, por isso aparece em primeiro lugar. Em seguida vem o silicone volátil CYCLOPENTASILOXANE e assim sucessivamente, até chegar aos ativos TOCOPHEROL e AVENA SATIVA KERNEL (OAT) EXTRACT, na menor concentração na fórmula.
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No caso dos corantes, eles costumam ser descritos através do CI (Color Index)que corresponde a uma numeração. Exemplo: CI 42.090 (corresponde ao corante FD&C Blue number 1).

No Brasil a ANVISA não obriga o fabricante a declarar os ingredientes em ordem decrescente no rótulo, mas a maioria das empresas segue essa ordem, principalmente se a empresa é multinacional ou se exporta seus produtos. Algumas empresas que vendem somente no mercado nacional preferem deixar os ingredientes misturados para que o seu concorrente não tenha muitos detalhes da sua fórmula. Isso porque o formulador experiente, ao ler um rótulo em ordem decrescente pode reproduzir aquela formulação, variando pequenas proporções dos ingredientes e método de preparação.

Como pesquisar os ingredientes ?

Para pesquisar um nome INCI , função do ingrediente, número CAS e ELINCS, você pode consultar o endereço abaixo:
http://ec.europa.eu/growth/tools-databases/cosing/index.cfm?fuseaction=search.simple

Para saber o INCI de uma matéria-prima de um fornecedor, é possível consultar a literatura técnica ou fazer uma busca em sites especializados como Ulprospector e SpecialChem.

É muito importante saber se uma matéria-prima contém mais de uma substância em sua composição para que todos os componentes sejam declarados no momento da notificação ou registro da formulação na ANVISA. Isso porque existem muitas matérias-primas que são vendidas na forma de blends, são conservadas com preservantes ou diluídas em glicóis ou óleos, por exemplo. Além disso, componentes podem ser gerados durante o processo de fabricação do ingrediente.

Quando o responsável pela notificação e registro do produto na ANVISA for inserir os ingredientes, ele precisa receber do formulador não somente o INCI do ingrediente principal, mas a lista da abertura de todos os ingredientes que fazem parte da composição daquela matéria-prima, com suas respectivas concentrações. Obviamente essa lista deverá ser declarada na rotulagem do produto, de maneira que não apenas a autoridade regulatória tenha conhecimento, mas o consumidor final saiba o que estará utilizando, já que este é o principal interessado.